Por: Márcia Christovam

Desde pequena acho que domingo tem um sabor especial! Sabor de macarronada, de sobremesa, de ficar à toa, passear, ir à sorveteria… dia de tanta coisa boa que não acontecia nos outros dias da semana! Somado a isso, sempre foi dia de ir à igreja, louvar a Deus, encontrar amigos… Achava ótimo que até os programas da TV eram melhores no domingo – e pra quem não tinha acesso a TV a cabo ou a variedade oferecida pela internet, isso era super top (kkkkk).

A verdade é que vivia meus domingos com uma sensação gostosa, que mais tarde pude classificar com palavras como: gratidão, bem estar. Mas antes de poder classificar cognitivamente o que sentia, vivia apenas o riso solto de menina feliz com a cara suja do molho da macarronada!
Incrível que estas sensações boas do domingo tinham o poder de me alimentar o restante da semana: de segunda a quarta pelas lembranças do vivido, de quinta a sábado pela expectativa de viver de novo! Não é mesmo incrível este poder que pequenas experiências passam a exercer sobre nossas vidas? O poder é tamanho, que mesmo hoje, quando passo boa parte dos domingos trabalhando, ainda sinto no fundo de minha alma esta sensação agradável. Acredito que a palavra domingo por si só tenha adquirido o poder de descarregar serotonina no meu cérebro (rsrsr).
Teriam sido meus domingos, dias extraordinários? Não, com certeza era minha percepção que os tornavam assim. Comparado com o que uma família de classe média podia oferecer aos seus filhos, nossos fins de semana estavam um pouco abaixo da média! Muito longe de serem como um passeio na Disney, o que de fato fez e faz ainda hoje toda a diferença, foi e é minha capacidade (adquirida desde a mais tenra idade como forma de sobreviver diante dos desafios) de olhar com bons olhos os eventos da vida, dando menor foco para o que não é tão bom, e me sentindo agradecida por cada dádiva (mesmo que fosse a coca-cola tomada através de um furinho na tampinha, pra durar mais! kkkkk). Assim, ir à igreja ao final do domingo fazia todo o sentido para minha mente ainda infantil: “Tenho muito a agradecer!”
Como pesquisadora da mente humana que me tornei, aprendi profundamente sobre estes processos, e sei que qualquer pessoa pode, se escolher isto, treinar sua mente para focar em coisas boas que a vida de lhe apresenta, assim como pode aprender a valorizar o belo e o bom escondido nos pequenos detalhes do cotidiano! Mas tudo é uma questão de treino, assim, comece hoje, comece agora, e inicie por um ponto bem simples. Agora olhe para esse ponto e comece a praticar pensamentos de gratidão! No começo sua mente poderá lhe dizer: “mas que palhaçada… que coisa boba… que mentira…” ou tantas outras frases para lhe intimidar e leva-lo de volta para o modelo antigo! Porém a persistência fará a diferença! Continue tentando até que seja capaz de fabricar hormônios do prazer em seu cérebro através de sua forma de ver a vida e a si mesmo!
Desejo-lhe uma semana inteira com gostinho de domingo!!!
Bom treino!!!
Márcia Christovam