Apresentação:

É a capacidade de simbolizar que distingue o homem dos demais animais. O símbolo é aquilo que se pode dizer como o inesgotável, uma vez que sendo a expressão de uma vivência humana, expressa apenas parte desta experiência. Assim ele é a forma de comunicar que, ao fazê-lo, permite ocultar o que não se pode revelar. Um símbolo contém em si múltiplos significados que pedem para ser desvendados. Através de um conjunto imenso de símbolos o homem dá significado ao seu mundo cognitivo, emocional, relacional, espiritual, enfim a toda gama de experiências que
permeiam seu existir. O símbolo é revelador de verdades secretas do existir humano.
As imagens sobre as quais se projetam os símbolos possuem múltiplos significados todos igualmente verdadeiros, todos reveladores da essência e do existir humano. “O espírito utiliza as Imagens para captar a realidade profunda das coisas” (Eliade 2002). Os símbolos são, portanto crivos hermenêuticos para a leitura do Ser em sua essência individual, bem como do ethos de um povo. Esta leitura é extremamente rica à medida que pode se utilizar à linguagem, sendo esta externa e amplamente observável a um olhar bem treinado. Assim é possível chegar a partir deste objetivo (a linguagem) ao subjetivo, ou seja, às verdades internas e profundas deste homem, àquelas verdades muitas vezes ainda intocadas, incompreendidas por ele próprio. A leitura dos símbolos e conseqüentemente o desvendamento dos mistérios do existir humano se dão nesta dança de objetivar o subjetivo e subjetivar o objetivo. Nesta dança estética e inesgotável encontram-se as Técnicas Projetivas, mas principalmente o Teste de Rorschach que, através de suas imagens tanto possibilita o encontro do indivíduo com seu ‘Eu’ profundo, quanto viabiliza a compreensão do perito acerca dos fenômenos desvelados pela linguagem simbólica. “Ter imaginação é ver o mundo em sua totalidade; pois as Imagens têm o poder e a missão de mostrar tudo o que permanece refratário ao conceito” (Eliade, 2002)

Programação

Unidade I – ‘Vi-vendo’: viver para ver, reconhecer e apreender o universo
simbólico e arquetípico do EU-NÓS.
Técnicas: vivenciais, experimentais, arteterapeuticas.
Objetivos:

  1. Através das técnicas vivenciadas descortinar o universo simbólico pessoal e coletivo. Vivenciar para aprender a ver.
  2. Treinar a leitura das sutilezas do universo simbólico.

Fazer co-relação entre o universo simbólico pessoal e o universo dos arquétipos.

Unidade II
 – Rorschach: o teatro da vida que se descortina em 10 atos.

Técnicas: vivenciais, experimentais, arteterapeuticas.
Objetivo: desvendar os arquétipos de cada prancha.
Estratégias:

  1.  Análise do arquétipo.
  2.  Vivencia do arquétipo.
  3.  Pesquisa de campo: o arquétipo revelado na vida.


Unidade III 
– Rorschach: personagens presentes em cada ato.
Os personagens se apresentam na fala do sujeito formando uma trindade a
ser desvendada: espaço; processo perceptivo; universo simbólico.
Estratégias:
Análise de diversos Protocolos de Rorschach

Objetivos:

  1. Desvendar esta trindade compreendendo através da mesma o indivíduo que se desvela.
  2. Findo o processo compreensivo chegar à cotação (análise quantitativa).


Unidade IV
 – O caminho dos símbolos como possibilidade de acessar as
‘verdades profundas’ do Ser. Leitura fenomenológica do protocolo Rorschach.

Estratégias:
Aplicação e Análise de vários Testes de Rorschach

Objetivos:
Gerar um olhar aprofundado sobre o indivíduo de forma a: melhor realizar o fechamento de um diagnóstico; melhor conduzir o processo psicoterápico.