Você já definiu seu futuro profissional?
Já sabe o que vai fazer pelo resto da vida?
Já descobriu o que lhe dá prazer e que, portanto, lhe satisfará?
Talvez uma das perguntas que mais escutamos em nossa infância tenha sido: “O que você vai ser quando crescer?”.
Realmente desde pequenos somos impelidos a decidir, a apontar uma futura profissão, só que nessa época tão remota tudo pode passar por uma brincadeira de ‘faz de conta’ onde talvez qualquer resposta possa ser dada sem recriminações ou preocupações: “Quando eu crescer vou …”
Bem, mas agora que eu já estou ‘grande’ parece que não posso mais ficar brincando de faz-de- conta, porém continuam me perguntando o que ‘vou ser’. A pergunta continua sendo feita, mas os olhares e as expectativas quanto a resposta mudaram, e muito. Passaram de reações de risadas, de se achar ‘bonitinho’, para olhares de preocupação e cobrança.
Diante deste contexto de pressão familiar, social e até pessoal, como se sente o jovem que necessita se decidir por uma profissão? E se nós somarmos a tal dilema o fato de ele ocorrer cronologicamente no período da adolescência, momento este que para tantos é em si só conflituoso por ser uma fase de transição para a vida adulta, para a definição de papéis e de autoafirmação.
Viver este conflito pode ser de tal forma prejudicial para a saúde psíquica que não é raro ver adolescentes sofrendo de depressão, ansiedade generalizada, fobias, síndrome do pânico, dentre outros males relacionados ao desequilíbrio emocional. O que poucas pessoas parecem saber é que gritar por socorro pode ser a escolha mais acertada em grande parte dos casos.
A Orientação Vocacional é uma técnica de ajuda para quem está vivenciando tal conflito. Não se trata de uma simples aplicação de testes vocacionais, ou de responder questionários de interesses por profissões ou por áreas de estudo. A Orientação Vocacional é antes de tudo um processo de autoconhecimento, de busca de si mesmo e de suas respostas profundas, pois afinal nenhuma resposta aos nossos problemas vai ser encontrada fora de nós mesmos. Neste sentido a Orientação Vocacional torna-se útil aliada não somente para aqueles que vivem um conflito quanto à sua escolha profissional, mas também para todas as pessoas que querem se conhecer melhor a fim de utilizar este conhecimento a seu favor em suas opções não só vocacionais, mas na vida em geral.
Se você quer conhecer um pouco mais sobre o processo de Orientação Vocacional, então leia o próximo texto!
Dr.ª Márcia Christovam S. Rocha
SAIBA MAIS:
O trabalho de Orientação Vocacional é, sobretudo um processo de auto conhecimento que objetiva também ajudar a pessoa a conhecer a realidade sobre o mundo profissional e a tomar decisões coerentes com suas características e anseios pessoais. Além disso, a Orientação Vocacional visa proporcionar informações sobre as grandes áreas de estudo, os cursos que fazem parte das mesmas, e suas respectivas profissões, bem como levantar questionamentos e buscar respostas sobre o mercado de trabalho e sobre a realidade futura a ser vivida pela pessoa em tal ocupação.
Vale lembrar que a vocação não é inata, mas adquirida, elaborada ao longo da vida, sendo papel do Psicólogo na Orientação Vocacional auxiliar o indivíduo na descoberta de caminhos que já estão de alguma forma esboçados dentro dele mesmo.
ETAPAS DO PROCESSO
- Entrevista
- Testes
- Vivências / Dinâmicas
- Devolução
A Entrevista pode levar quatro ou mais sessões dependendo das características e necessidades do cliente. Os principais dados a serem investigados na entrevista estão de certa forma padronizados, o que poderia, em tese, reduzir o tempo gasto com esta técnica, entretanto o ideal é que todo o processo de Orientação Vocacional dê espaço para o diálogo aberto onde o cliente sinta um clima acolhedor para continuar expressando seus sentimentos, angústias, dúvidas e desejos. Isto contribuirá tanto para minimizar a tensão que é própria do momento vivido, como também contribuirá para que outros fenômenos se mostrem, trazendo para o psicoterapeuta um aprofundamento na compreensão do sujeito.
A testagem se divide em 4 bateria de testes: Testes de Inteligência – Testes de Aptidão – Testes Vocacionais – Testes Projetivos Os Testes de Inteligência se juntam aos de Aptidão, e trazem para a Devolução a ideia das áreas nas quais a pessoa se sobressai, bem como das áreas nas quais tem alguma dificuldade. Ter aptidão para uma determinada tarefa tem muito a ver com ter tido treinamento para a mesma ao longo da vida, o que leva a concluir que possíveis dificuldades apresentadas podem ser superadas. A importância desta 1ª parte é justamente a de alertar para os pontos altos e para as fragilidades. Por exemplo, o curso de Engenharia Civil requer domínio nas áreas de Percepção Espacial, Raciocínio Lógico, Cálculos. Se alguém deseja fazer tal curso e descobre através dos Testes de Aptidão que tem alguma dificuldade em tais áreas, não está de forma alguma fadado a desistir de seu desejo, pelo contrário, deverá preparar-se para lutar com objetividade no sentido de superar suas fragilidades. O fato de não ter refletido sobre tais questões antes de iniciar o curso poderia levar esta pessoa a uma reação de frustração e consequente desânimo ao se deparar com as barreiras sobre as quais não foi previamente alertado.
Se os Testes de Aptidão chamam a atenção para o que a pessoa melhor sabe fazer, os Testes Vocacionais trazem à tona as áreas para as quais a pessoa tem tendência, desejo ou afinidade. Não somente testes, mas também vivências e dinâmicas são utilizadas com o intuito de desvendar o seu ‘gostar’. Às vezes estes testes trazem um resultado que não é surpresa, porém às vezes verdadeiras revelações podem surgir, e levar o sujeito a refletir questões sobre as quais nunca havia parado para pensar antes. Esta parte da Devolução sempre se casa com a anterior, abrindo o caminho para pensar em áreas de concentração de estudo, em profissões específicas e em como as mesmas atenderão ou não à demanda levantada pelos resultados.
Os Testes Projetivos são assim chamados, pois evocam a projeção de nossa personalidade, logo eles também são conhecidos como Testes de Personalidade. Seu objetivo é justamente o de trazer à luz uma compreensão mais aprofundada de nós mesmos, de nossas características pessoais, e sua relevância é enorme, pois ser bem sucedido em uma profissão está muito mais relacionado com fazer aquilo que se encaixa com o nosso jeito de ser do que com uma questão de um alto nível de preparo e de Q.I.. Pense por exemplo em uma pessoa cuja característica mais forte de personalidade seja sua extrema sensibilidade, e fragilidade emocional.
Agora pense nesta pessoa exercendo a profissão de Médica Cirurgiã especialista em Oncologia (câncer). Antes de fazer uma opção assim a pessoa precisa no mínimo saber o que está em jogo, e o quanto de si mesmo vai ter que sacrificar, refletir se está disposta a pagar o preço, se será capaz de fazê-lo, e se valerá à pena. O Psicólogo obviamente não dará nenhuma destas respostas, pois só o indivíduo pode sabê-las. O Psicólogo será um ‘ajudador’, ‘andando de mãos dadas’ com a pessoa até que ela encontre a sua resposta.
Geralmente casar sucesso profissional e prazer parece não ser fácil, e é o que todos almejam. Quando a profissão nos ‘cai como uma luva’ no sentido de ter tudo a ver com nosso jeito de ser, com nossa personalidade, as chances de isto acontecer são infinitamente maiores, e o sucesso será mais fácil de ser alcançado.
As Vivências ou Dinâmicas são as mais diversas possíveis e sua escolha depende em primeiro lugar do modo como a Orientação Vocacional está sendo realizada: em Grupo ou Individualmente. Estabelecido este primeiro critério a escolha destas técnicas fica na dependência da percepção acurada do Psicólogo, pois em cada caso e circunstância uma ou outra técnica tem se mostrado mais eficaz. O objetivo de se realizar as Dinâmicas ou Vivências está em:
- Investigar aspectos vocacionais ou da personalidade como acréscimo aos resultados dos testes.
- Ajudar a deixar mais claro os aspectos levantados na Orientação Vocacional.
- Facilitar a percepção de questões relevantes a serem discutidas na devolução.
Quando a Orientação Vocacional é feita em grupo propicia um maior entrosamento estimulando a formação do vínculo e a confiança entre os membros do grupo.
A Devolução em Orientação Vocacional é também um processo, uma vez que pode se constituir de uma série de etapas que se inicia com a devolução dos resultados dos testes, se estendendo até que as necessidades do cliente sejam atendidas no que se refere às suas ansiedades e dúvidas.
Ao apresentar os resultados dos testes inicia-se pelos testes de Aptidão, seguindo para os Vocacionais e fazendo as respectivas correlações entre os resultados obtidos nestes testes e nas Dinâmicas e Vivências realizadas.
Após inicia-se a devolução dos testes de Personalidade de forma a enfocar as questões relevantes para as possíveis escolhas de profissão. Os testes projetivos devem também oferecer dados para um maior conhecimento e compreensão de si mesmo.
Afim de ‘casar’ os resultados relevantes dos testes algumas Vivências podem ser utilizadas no momento de Devolução, ajudando a melhorar o nível de compreensão sobre os dados revelados.
O processo de Devolução tem por finalidade levar o cliente a:
- Se conhecer;
- Conhecer a realidade acerca das áreas de estudo e das profissões correlacionadas com as características pessoais analisadas;
- Tomar decisões que levem em conta as determinações e características pessoais.
A conversa sobre os resultados dos testes atende exatamente a este primeiro quesito, podendo também ajudar no terceiro, porém o segundo tópico é atendido através de trabalho de pesquisa e busca de conhecimento sobre as diversas opções de cursos, profissões e mercado de trabalho. Esta parte da Devolução é programada de acordo com as necessidades específicas de cada pessoa podendo levar mais ou menos tempo dependendo das dúvidas que forem surgindo, assim pode-se dizer que este momento é muito mais direcionado pela demanda do cliente do que por uma programação prévia do Psicólogo.
DÚVIDAS ???
Entre em contato conosco e teremos prazer em atendê-lo!
Dr.ª Márcia Christovam S. Rocha